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Contra o banimento de descartáveis plásticos
Por acreditar e investir na sustentabilidade e na geração de emprego e renda por meio da reciclagem, reforçando os conceitos da Economia Circular, a Artplast é totalmente contrária às legislações que surgem promovendo o banimento de plásticos descartáveis.
O plástico não é o vilão. Substitui-los por outras matérias primas (papel, vidro, alumínio, plásticos oxidegradáveis ou biodegradáveis) não vai modificar a forma como as pessoas lidam com o consumo e do descarte e, dessa forma, o problema tende a se agravar.
Muitos desses produtos, como o vidro e os plásticos oxidegradáveis e biodegradáveis, não são recicláveis. Sem contar que é preciso usar mais água para lavar as novas versões de produtos em vidro ou alumínio. Do ponto de vista técnico, os materiais plásticos em contato com alimentos apresentam maior segurança alimentar em relação ao uso de papel, quanto ao risco de contaminações por micoorganismos. A presença de alimento na composição do papel (amidos, celulose), bem como a possíveis exposições a umidade e diferentes temperaturas, podem propiciar um ambiente favorável a reprodução de fungos e bactérias, o que não ocorre com o plástico, por ser inerte e não disponibilizar substancias ao meio em contato com água.
Acreditamos que a onda de vilanização que assola o país e que resulta em ações para o banimento dos plásticos não é eficiente no que diz respeito à proteção ambiental. Nenhum banimento pode trazer os benefícios que a educação ambiental traz à sociedade que precisa se relacionar de maneira mais consciente na hora de consumir sem desperdiçar e na hora de descartar os plásticos. A proibição ao uso de plásticos também não resolve a questão da falta de gestão adequada de resíduos nas cidades, que muitas vezes não contam sequer com o recolhimento do lixo, o que dirá com coleta seletiva de reciclados.
A própria ONU Meio Ambiente sugere que, caso não haja avaliações prévias, o banimento pode não ser a melhor solução para a questão. Na forma que tem sido feito, não gera no consumidor a consciência do consumo e o incentivo ao descarte correto.
Nosso setor, de recicladores de plásticos, poderia ser mais atuante se a coleta seletiva fosse mais eficiente, para que mais material chegasse até nós para ser transformado em novos produtos.
Não é cabível que a população tenha de abrir mão dos benefícios de higiene, praticidade e economia que os plásticos proporcionam para que se possa garantir a preservação ambiental. O plástico não é o vilão. Substitui-los por outras matérias primas e produtos não permitirá o entendimento do papel dos diversos atores da sociedade na preservação do meio ambiente.
É preciso evoluir como sociedade e investir em nossa capacidade de atuar, consumir e descartar de forma responsável para que todos ganhem – as pessoas e o Planeta.
Thiago Hobold, diretor da Artplast.
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